Fazem parte das queixas mais comuns nos consultórios médicos, tanto a dor localizada na lombar, uma lombalgia comum, quanto a dor lombar que irradia para os membros inferiores. Dessas queixas, a maior parte está relacionada com a presença de uma hérnia de disco e a forma de tratamento costuma ser um fator de ansiedade em quem recebe o diagnóstico. Quando é mais indicado o tratamento conservador? Será que é preciso fazer uma cirurgia?

Esta é uma preocupação real, pois conhecer as opções de tratamento e o momento certo para indicar uma determinada conduta é essencial para melhorar a qualidade de vida desses pacientes e possibilitar que eles retornem às suas atividades laborais o mais rápido possível. Mas muitos dos medos sobre o tratamento cirúrgico da coluna são mitos.

Em primeiro lugar é preciso entender o que acontece quando existe uma hérnia de disco. Nosso disco intervertebral é formado pelo anel fibroso na sua parte mais externa e pelo núcleo pulposo no seu miolo. Quando esse anel fibroso de rompe, mais frequentemente na sua parte posterior, acontece uma espécie de expulsão ou extravasamento do conteúdo central e isto pode afetar as raízes nervosas.

Como consequência, clinicamente surge aumento da dor ao sentar, tossir ou espirrar e alívio ao ficar em pé ou caminhar. Nos membros inferiores podem ser percebidos sintomas neurológicos, como dormência, fraqueza e incontinência urinária ou fecal, sinais de doença avançada que exige uma abordagem mais cuidadosa no tratamento.

Um fator interessante é que a presença da hérnia de disco não significa necessariamente que o paciente tem ou terá sintomas. Em muitos casos, pode ser apenas um achado em exames de imagem. Além disso, pode haver regressão espontânea do material herniado e consequente melhora dos sintomas. Isso mesmo, em mais de 85% dos pacientes os sintomas causados pela hérnia discal aguda se resolvem em 8 a 12 semanas, sem tratamento específico.

Isso significa que em grande parte dos casos o tratamento mais indicado é o conservador. O que se observa é que um programa prolongado de fisioterapia e reabilitação é mais benéfico e bem-sucedido para pacientes com diagnóstico recente de hérnia de disco lombar, pois melhora a capacidade funcional e facilita o retorno ao trabalho.

O tratamento conservador é o inicial recomendado para a grande maioria dos casos de hérnia de disco, pois proporciona um retorno mais precoce às atividades laborais. Já o tratamento cirúrgico é uma boa opção para aqueles casos que apresentam dor debilitante e necessitam de alívio rápido e que não tiveram boa resposta ao tratamento conservador, com a persistência dos sintomas.

Para finalizar, não custa lembrar: uma avaliação minuciosa deve ser realizada para que o tratamento mais adequado seja indicado para cada caso.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568
Dr. José Carlos Barbi – CRM/SP 32.705
Dr. Alexandre Jaccard – CRM/PR 27.412 / CRM/SP 116.476
Dr. Ricardo Acácio – CRM-SP 225.318 / CRM-SC 12.732 / CRM-PR 21.521
Dr. Fernando Herrero – CRM 112.5376