Com certeza você já ouviu falar de hérnia de disco. É uma das condições mais comuns que afetam a coluna. Algumas não causam sintomas. Outras podem irritar os nervos que se localizam próximos à lesão do disco e resultar em dor, dormência ou fraqueza em pernas ou braços, dependendo do nível da lesão.

Nem toda hérnia de disco precisa de intervenção. Quando necessário, o tratamento inclui medicamentos, fisioterapia e possivelmente cirurgia.

Uma questão importante no tratamento da hérnia de disco é a recorrência. Os fatores que levam uma hérnia de disco a voltar a causar sintomas, ou ao surgimento de novas lesões, são cada vez mais investigados e é sobre isso que vamos conversar neste artigo.

Alguns fatores significativamente associados a incidência da hérnia de disco recorrente são:

  • Índice de massa corporal (IMC) alto;
  • Tabagismo atual (que aparece com bastante frequência na literatura);
  • Estágio avançado de degeneração do disco;
  • Índice de altura do disco.

Outros fatores potenciais são a idade, o sexo (sendo homens mais propensos), doenças como diabetes e eventos traumáticos.

Além disso, existem questões biomecânicas, como a hipermobilidade do segmento coluna vertebral e o achatamento da lordose lombar, que são fatores que devem ser considerados, assim como algumas questões relacionadas com o tipo de lesão, como a protrusão e o grau de degeneração discal.

Um dado interessante é que, apesar do mecanismo pelo qual o cigarro favorece o aparecimento da hérnia de disco ainda não ser totalmente compreendido, o tabagismo é um fator de risco citado em muitos estudos. Acredita-se que o defeito no anel fibroso e no ligamento longitudinal posterior após a microdiscectomia cicatrize em condições fisiológicas normais. No entanto, as toxinas geradas pelo tabagismo podem prejudicar ou retardar essas condições.

Outro ponto é que a nicotina parece afetar a nutrição e a oxigenação do anel do disco. Além das alterações celulares e moleculares, a tosse repetitiva causada pelo tabagismo aumenta a pressão intervertebral, o que também pode contribuir parcialmente para a hérnia de disco recorrente.

Saber os fatores de risco nos ajuda a agir para evitar a recidiva. E, nesse sentido, uma das conclusões que podemos tomar é que pacientes que fumam, assim como aqueles que possuem o IMC mais alto, devem receber mais atenção para a prevenção da recorrência da hérnia de disco.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568
Dr. José Carlos Barbi – CRM/SP 32.705
Dr. Alexandre Jaccard – CRM/PR 27.412 / CRM/SP 116.476
Dr. Ricardo Acácio – CRM-SP 225.318 / CRM-SC 12.732 / CRM-PR 21.521
Dr. Fernando Herrero – CRM 112.5376